domingo, 16 de outubro de 2011

EM BUSCA DA FIDELIDADE

    Seja um recabita Jer 35.

TEMPO DE FIDELIDADE,

 Primeiramente, vamos entender a origem dos recabitas:  o fundador deste clã foi Jonadabe, filho de Recabe, mais de 200 anos antes de Jeremias.  Vivendo em Israel, Jonadabe participou com Jeú do extermínio da casa de Acabe e dos sacerdotes de Baal, conforme 2 Reis 10:15ss – Jonadabe identificou-se com aquele que zelava pelo Senhor e por fazer cumprir as palavras proféticas contra a casa de Acabe.
Assim, os recabitas constituíam uma família israelita que vivia de forma nômade, seguindo as recomendações que seu patriarca estabelecera.  Jonadabe, um líder de excelência, que ainda influenciava seu povo depois de 200 anos de sua morte!
O Senhor mandou fazer este teste aos recabitas, chamando-os no templo e servindo a eles vinho. O verso três descreve que toda a comunidade dos recabitas estava presente à convocação. Seguindo as ordens de Deus, Jeremias serviu jarras de vinho e copos numa mesa e mandou que os recabitas se servissem (v. 5).  A resposta dos discípulos de Recabe está no verso 6: nossa vida é pautada pelas recomendações que aprendemos com nosso antepassado Jonadabe. Eles prezavam por cumprir o modelo de vida ensinado pelo seu líder (vs. 6 a 11).
A intenção de Deus com aquele teste foi confrontar os demais judeus com o exemplo dos recabitas – v. 16 Os descendentes de Jonadabe, filho de Recabe, cumprem a ordem que o seu antepassado lhes deu, mas este povo não me obedece. Este é o nosso desafio como líderes, influenciar nossos discípulos a seguirem o modelo de vida que recebemos do nosso Senhor.
As ordens de Jonadabe visavam que os Recabitas vivessem como peregrinos, forasteiros. Um peregrino é alguém que não cria raízes em lugar algum, mas que está sempre desprendido para locomover-se por caminhos novos. O Novo Testamento ensina que somos peregrinos nesta terra:
Todos eles viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-no de longe e de longe o saudaram, reconhecendo que era estrangeiros e peregrinos na terra. (Hb 11:13);  Pois não temos aqui nenhuma cidade permanente, mas buscamos a que há de vir.(Hb 13:14);  Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma.(I Pe 2:11).
Por conta da fidelidade dos descendentes de Recabe, o Senhor decretou uma bênção para sua linhagem: Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Vocês têm obedecido àquilo que o seu antepassado, Jonadabe, ordenou; têm cumprido todas as suas instruções e têm feito tudo o que ele ordenou. Por isso, assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Jamais faltará a Jonadabe, filho de Recabe, um descendente que me sirva.(vs. 18,19). De igual modo há bênção para o discípulo que aprende a honrar e que é fiel em guardar os ensinamentos que recebe
O CONVITE APRESENTADO
Ao tempo dos profetas do Antigo Testamento, Deus, por vezes, lançava mão de ilustrações históricas vivas para ensinar ao seu povo. Quando quis mostrar ao povo de Israel que requeria dele obediência à Sua palavra, chamou Jeremias para uma tarefa inusitada.
Jeremias devia procurar os membros de um clã em Israel, chamado de recabita, e fazer um convite que poderia mudar a vida deste povo.
Eis a narrativa bíblica (Jeremias 35.1-5):
(1) Durante o reinado de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, o Senhor dirigiu esta palavra a Jeremias:
(2) -- Vá à comunidade dos recabitas, convide-os a virem a uma das salas do templo do Senhor e ofereça-lhes vinho para beber.
(3) Então busquei Jazanias, filho de Jeremias, filho de Habazinias, seus irmãos e todos os seus filhos e toda a comunidade dos recabitas. (4) Eu os levei ao templo do Senhor, à sala dos filhos de Hanã, filho de Jigdalias, homem de Deus. A sala ficava ao lado da sala dos líderes e debaixo da sala de Maaséias, filho de Salum, o porteiro.
(5) Então coloquei vasilhas cheias de vinho e alguns copos diante dos membros da comunidade dos recabitas e lhes pedi que bebessem.

Os recabitas eram um clã (uma grande família) dos quenitas (ou queneus). Moisés era casado com uma quenita (Juízes 1.16), filha de Jetro. Este povo se juntou aos hebreus em sua caminhada para a terra de Canaã. Um de seus descendentes foi Recabe, sobre quem pouco sabemos. Sabemos mais sobre um de seus descendentes, Jonadabe. Jael, por exemplo, era esposa de Heber, o quenita (Juízes 4.17). O rei Saul demonstrou bondade para com eles (1 Sm. 15.6), pela simpatia que sempre demonstrar para com os hebreus.
Jonadabe trabalhou com Jeú, no século 9 a.C., quando o rei, contemporâneo de Eliseu, se empenhou na destruição dos seguidores de Baal em Israel. A maioria dos quenitas morava em cidades, adotando um estilo de vida urbano (1Sm 30.29). No entanto, Jonadabe convocou seus descendentes a um novo tipo de vida, renovando-lhes o sentido de sua existência.
Jonadabe pediu ao seu clã que conservasse uma vida simples, sem consumo de bebida alcoólica (vinho), sem construção de casas e sem a formação de fazendas. Há três séculos estavam firmes nesta tradição.
Os recabitas devem continuar sendo nômades, como surgiram, como nos primórdios. Mesmo adaptados à vida urbana, deviam conservar os valores da vida simples do campo. Quando Nabucodonozor invadiu a terra de Judá, eles se refugiram em Jerusalém, e lá Jeremias foi encontrá-los, enviado por Deus.
Imagino que Jeremias conhecia a família, porque era formada por metalúrgicos, funções importantes à época, especialmente no culto. Imagino que Jeremias deve ter pensado: "vamos ver se esse pessoal resiste ao meu convite". Imagino que Jeremias sabia que aquela gente sabia que Jeremias era um profeta de Deus; eles iam levar a sério sua palavra. Imagino que mandou separar os melhores vinhos. Imagino que seus amigos devem ter feito uma aposta, algo que ainda hoje acontece com um crente numa escola ou num escritório.

O CONVITE RECUSADO
A resposta deles foi de uma fidelidade a toda prova (Jeremias 35.6-11):

(6) Eles, porém, disseram:
-- Não bebemos vinho porque o nosso antepassado Jonadabe, filho de Recabe, nos deu esta ordem: 'Nem vocês nem os seus descendentes beberão vinho. (7) Vocês não construirão casas nem semearão; não plantarão vinhas nem as possuirão; mas vocês sempre habitarão em tendas. Assim vocês viverão por muito tempo na terra na qual são nômades'. (8) Temos obedecido a tudo o que nos ordenou nosso antepassado Jonadabe, filho de Recabe. Nós, nossas mulheres, nossos filhos e nossas filhas jamais bebemos vinho em toda a nossa vida, (9) não construímos casas para nossa moradia nem possuímos vinhas, campos ou plantações. (10) Temos vivido em tendas e obedecido fielmente a tudo o que nosso antepassado Jonadabe nos ordenou. (11) Mas, quando Nabucodonosor, rei da Babilônia, invadiu esta terra, dissemos: Venham, vamos para Jerusalém para escapar dos exércitos dos babilônios e dos sírios. Assim, permanecemos em Jerusalém.

Deus tinha um propósito claro nesta dramatização. O exemplo dos recabitas era para ser imitado. Os ouvintes de Jeremias deviam considerar aquela tribo que trabalhar tão bem o ferro, mas era sensível à sua história e aos seus valores.
A mensagem é clara (Jeremias 35.12-19):

(12) O Senhor dirigiu a palavra a Jeremias, dizendo:
(13) -- Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: `Vá dizer aos homens de Judá e aos habitantes de Jerusalém: Será que vocês não vão aprender a lição e obedecer às minhas palavras?', pergunta o Senhor. (14) Jonadabe, filho de Recabe, ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, e essa ordem tem sido obedecida até hoje. Eles não bebem vinho porque obedecem à ordem do seu antepassado. Mas eu tenho falado a vocês repetidas vezes, e, contudo, vocês não me obedecem. (15) Enviei a vocês, repetidas vezes, todos os meus servos, os profetas. Eles lhes diziam que cada um de vocês deveria converter-se da sua má conduta, corrigir as suas ações e deixar de seguir outros deuses para prestar-lhes culto. Assim, vocês habitariam na terra que dei a vocês e a seus antepassados. Mas vocês não me deram atenção nem me obedeceram. (16) Os descendentes de Jonadabe, filho de Recabe, cumprem a ordem que o seu antepassado lhes deu, mas este povo não me obedece`. (17) Portanto, assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: "Trarei sobre Judá e sobre todos os habitantes de Jerusalém toda a desgraça da qual os adverti; porque falei a eles, mas não me ouviram, chamei-os, mas não me responderam".
(18) Jeremias disse à comunidade dos recabitas:
-- Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: 'Vocês têm obedecido àquilo que o seu antepassado Jonadabe ordenou; têm cumprido todas as suas instruções e têm feito tudo o que ele ordenou'. (19) Por isso, assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: 'Jamais faltará a Jonadabe, filho de Recabe, um descendente que me sirva'.

Os recabitas não foram elogiados por Deus por recusarem beber vinho, nem por recusarem o estilo "moderno" de vida. Eles foram tomados como exemplo por permanecerem fiéis, ao longo de séculos, às instrução de um dos seus ancestrais-fundadores.

AS LIÇÕES DA RECUSA A UM CONVITE
O tema aqui não é o vinho, nem a escolha por um tipo de comunidade à parte. O tema aqui é a fidelidade aos compromissos assumidos.

1. Admitamos que estamos sempre firmando compromissos.
Como os recabitas, firmamos compromissos. Nossa vida é feita de compromissos, e não há como ser diferente, já que vivemos na interdependência.
Se é verdade que firmamos compromissos, também o é que somos convidados a traí-los. Há sempre um Jeremias nos testando, e nem sempre por razões didáticas.
Todos os casais casados trocaram aliança de compromisso enquanto a vida durasse, mas uma dificuldade aqui e uma tentação ali podem pôr fim a anos de compromisso.
Todos os que se batizam conscientemente numa igreja desejam permanecer para sempre naquela denominação, mas uma dificuldade aqui, uma oração não respondida ali, um ego não massageado adiante, uma decepção mais adiante, e lá se vai o crente para outra igreja.
Na igreja, quando há convites para este ou aquele ministério, esta ou aquela função, são muitos os que respondem afirmativamente, mas são poucos os que comparecem ao posto de trabalho e menos ainda os que permanecem, tomando seu ministério como o projeto da sua vida.
Os relacionamentos fraternais são vividos intensamente, com longas conversas, jantares conjuntos, viagens em famílias, mas podem ser transtornados e transformados em fria distância por causa de uma expectativa não preenchida ou mesmo uma palavra, apenas uma dentre tantas amigas, que soou inimiga ou indiferente.
Mesmo na vida pessoal, formular propósitos é comum a cada ano ou mesmo a cada semana, mas alguns destes propósitos não duram um ano e alguns nem uma semana. Por isto, os regimes começam sempre às segundas-feiras, numa verdadeira lei do eterno retorno.
Sejamos recabitas, que não perguntavam: "quem oferece mais?" O cônjuge "recabita" vive a felicidade com o cônjuge que tem, não com o que não tem, porque sabe que Deus pode mudar o que deve ser mudado. O amor é para sempre. O crente "recabita" experiência Deus na sua igreja, não em outra, porque sabe que Deus não tem denominação. O ministro "recabita" leva seu ministério, por mais trabalhoso que seja, até o fim do seu mandato ou mesmo da sua vida; é seu projeto para a vida. O amigo "recabita" é amigo para sempre, tão chegado quanto um irmão. Amizade é para durar para sempre.
São realmente poucas as coisas de valor que obtemos no curto prazo.

2. Devemos ser cuidadosos em desconsiderar os compromissos assumidos.
Devemos ser cuidadosos em firmar compromissos. Quando damos uma palavra, ela deve valer mais que uma assinatura. Se dizemos que "vamos", devemos ir.
Não devemos desistir de nossos compromissos por causa da dificuldade em os cumprir e mesmo pela falta de prazer em os levar adiante. O prazer pode ser reobtido. O nosso prazer em descumprir um compromisso é diretamente proporcional ao desprazer de quem é prejudicado por nossa infidelidade.
No caso específico desta quase parábola, Judá foi reprovado, não por não seguir a um conjunto de tradições, mas por não obedecer ao Deus vivo. Para dizer "sim" ao Deus vivo, precisamos, muitas vezes, dizer "não" aos convites que nos fazem.
Se eu firmei uma aliança com o meu Senhor, eu serei fiel ao meu Senhor, mesmo que Ele pareça surdo diante do meu grito de socorro e silencioso diante da minha pergunta.
Se eu tomei como meus os valores morais da Palavra de Deus, eles serão os meus valores, mesmo que o mundo inteiro marche na direção contrária. O sentido certo é o de Deus, não o dos homens.
Se eu me comprometer a orar por alguém, a pessoa poderá contar com a minha oração.
Se eu dei a minha palavra ao meu cônjuge, ao meu amigo, ao meu irmão ou ao meu pai, ele poderá contar comigo, mesmo que me custe muito manter a minha palavra, que valerá até firmarmos novos compromissos.
Se meu nome está na escala para um trabalho na igreja, eu estarei no meu posto. Se algo fora do meu controle me impedir, eu arranjarei um substituto ou avisarei meu supervisor.
Se eu me alistei para um ministério, eu vou orar por ele, eu vou fazer a minha parte, eu vou trazer mais pessoas para a equipe, eu vou buscar uma maneira de fazer melhor o que eu faço, mesmo que me critiquem.
Se eu me matriculei na Escola Bíblica, eu estarei na classe sempre para aprender e participar, mesmo que a praia esteja convidativa ou a televisão tenha algo interessante.
A mensagem dos recabitas, no seu comportamento elogiado por Deus, é clara: não desistamos de nossos compromissos.

2.1. Pais, não desistam de ensinar.
Jonadabe é um exemplo de pai. Ele deixou uma instrução. Certamente, não falou apenas uma vez, mas ensinou com palavras e com atos de compromisso, e com tal intensidade!, que marcou seus filhos, netos e bisnetos.
Pai e mãe estão sempre na contramão, mas é não contramão que devem andar, mesmo que seja cansativo, se isto é necessário para o bem dos seus filhos.

2.2. Ministros, não desistam de servir.
Jonadabe é um exemplo de ministro. Quando Jeú o convocou para purificar Israel dos baalins, Jonadabe participou como testemunha de que o rei era obediente ao Senhor (2Reis 10.15-28). Ao tempo de Acabe, poucos permaneceram fiéis ao Senhor dos senhores; Jonadabe foi um deles. Porque creu fielmente, podia agora servir fielmente.
Não importa qual seja o seu ministério, se evidente ou discreto, faça com todas as suas forças e da melhor maneira possível. Há sempre uma maneira melhor de fazer o que você faz. Um compromisso levado a cabo enche de alegria quem o faz. [Nosso programa de rádio "Momentos com Cristo" só é possível, entrando no seu quarto ano, graças ao compromisso de alguns irmãos, que acordam de madrugada, seja para falar ao microfone, seja para atender ao telefone, seja para coordenar a transmissão. Nosso locutor-chefe, por exemplo, jamais faltou. Nossa equipe-base não falta. A ausência não informada de alguns deles no ponto de encontro à hora marcada (6h15min) nos leva a ligar para eles para saber o que houve.]

2.3. Cristãos, não desistam de viver os valores da sua fé.
Você foi alcançado, ao ser arrancado das trevas e posto no palco iluminado da santidade, para viver na e da esperança. Foi pago um alto preço por este resgate.
Quando reconhecemos esta ação de Jesus Cristo por nós, recordamo-nos de nosso compromisso em viver os valores desta fé.
Não desistamos de ser santos. Não desistamos de ser parceiros de Deus.

3. Deus honra a nossa fidelidade.
A história do encontro de Jeremias com os recabitas termina com uma promessa divina de grande inspiração: Por isso, assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: 'Jamais faltará a Jonadabe, filho de Recabe, um descendente que me sirva' (Jeremias 35.19). A promessa a Jonadaba se serviu da aspiração de maior valor na cultura hebraica: um descendente decente.
Na linguagem do Novo Testamento, é receber de Jesus aquele maravilhoso conjunto de palavras: "Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!" (Mateus 25.21).
É assim conosco ainda hoje. Deus nos é fiel, sem que lhe sejamos. Quando lhe somos fiéis, Deus é fiel, fidelidade manifesta em meio à alegria. Nossa fidelidade produz alegria em Deus.
Que, ao final da vida, quando recapitular as ordens que recebeu de Deus e obedeceu, cada um de nós possa exclamar como o apóstolo Paulo: Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda (2Timóteo 4.7-8).
Quando eu era menino, incomodava-me uma pergunta: Se Cristo voltar agora, Ele me levará? Penso que esta pergunta nos anda faltando. Ficamos muito "convencidos" de nossa salvação, que nos esquecemos de operá-la com temor e tremor. Na verdade, a maioria de nós vive como se Jesus não fosse voltar nunca.
Talvez pudéssemos mudar um pouco a pergunta: quando Jesus voltar, ou quando eu for ao seu encontro, Ele me encontrará fiel? (1Coríntios 4.2).
Eu quero ser salvo com todas as honras, não como que pelo fogo (1Coríntios 3.15). Quero estar na companhia de Abraão, não na de Ló; quero fazer par com Pedro, não com o ladrão na cruz; quero sentar ao lado de Paulo, não da de Alexandre, o latoeiro.
Jonadabe o Senhor dá livremente. 1. Sobrinho de Davi e primo de Amnom, a quem deu o fatal conselho (2 Sm 13.3 e seg.). 2. Filho de Recabe (Jr 35.6 a 19). os recabitas eram uma família de queneus (1 Cr 2.55), que descendiam provavelmente do sogro de Moisés (Jz 1.16). Supõe-se que Jonadabe foi o chefe da tribo no reinado de Jeú, sendo tido em alta estima pela sua sabedoria e piedade (2 Rs 10.15). Foi, pois, de grande importância para Jeú ter a aprovação pública de Jonadabe, na mortandade dos adoradores de Baal. o fato de ter o povo observado abnegadamente as suas prescrições, durante um período de quase 300 anos, é recordado para censurar os israelitas, que tantas vezes transgrediram as leis do Senhor - e por isso, sobre o povo de Israel é proferida uma maldição, ao passo que uma benção é lançada sobre os recabitas. O caráter de Jonadabe nos dá a entender que os seus preceitos com referência a casas, vinho, etc. tinham por fim livrar o povo da vida luxuosa, que enfraquecia e rebaixava os hebreus (Jr 35.7).
Que possamos colocar em pratica esses exemplos de um povo que soube guardar os conselhos de seu líder.

QUANDO DEUS SE CALA

        Quando Deus se Cala

Mt 27.45 – E houve trevas sobre a Terra, do meio dia as três horas da tarde. V.46 – Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: "Elí, Elí, lamá sabactani", que significa "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?"

Quando Deus se cala é porque está trabalhando em nosso favor; Quando Deus se cala Ele tem o objetivo de provar o nosso caráter; Quando Deus se cala é porque não estamos ouvindo a sua voz! E não podemos ser desprovido de humildade, porque, Deus estar agindo em nosso favor ELE TEM O OBJETIVO DE PROVAR O NOSSO CARÁTER – Quando Deus se cala Ele quer provar o nível do nosso caráter e da nossa fidelidade! (2 Cr.17.9). DEUS tem procurado pessoas que querem viver o nível de fidelidade com Ele! – Um legislador de Israel “Sansão” não teve firmeza de fidelidade com Deus! Talvez em algumas circunstâncias da vida você é igual ao povo de Israel lá no deserto! – Diga ao (a) irmão (ã): PARE DE MURMURAR! O SENHOR estar à procura de pessoas fiéis! QUANDO Deus se cala é porque Ele estar provando o nosso caráter, porque na nossa missão é que vai ser revelada a nossa intenção! Os dons chamam atenção dos homens e o caráter chama atenção de Deus!

- Por que Deus fica quieto quando mais chamamos por Ele? Já ouviu alguém fazer esta pergunta? Claro que sim. Você consegue se lembrar de quando fez esta pergunta?

Sentir-se abandonado traz um calafrio na alma, provoca insegurança. O que dizer da mãe aflita, orando, jejuando, clamando pelo filho desviado… e nenhuma resposta vinda do céu?

O que dizer do profeta que matou 850 profetas, que disse: segundo minha palavra, não chove mais… Agora, dentro de uma caverna, esperando um “carinho de Deus”, um “mimo de Deus”, esperando o Deus dos Milagres no barulho do trovão… e, de repente… nada, silêncio. Vem o vento que derruba o furacão… E, de repente… nada, silêncio. Aí vem uma brisa simples quase não balança os cabelos ondulados, caídos sobre os olhos… não move nem poeira, mas, lá na brisa vem a resposta O que dizer de Jesus na cruz Seus nervos se contraindo, Seus olhos cobertos pelo sangue que descia pelas pontas dos espinhos na fronte, o tétano correndo-Lhe as veias, a falta de ar devida ao peso do corpo pendurado no madeiro?

Onde está o Pai? Porventura subiu nas asas de um querubim e voou nas asas do vento, como fez em favor de Davi? Não. Veio pela brisa da caverna? Não.

O que aconteceu mesmo? Ah, Ele virou as costas, não foi? Sim, quem sabe virou as costas e tapou os ouvidos. Porque não amava Jesus? Não amava Seu Filho? Não tinha poder de libertá-Lo?

Sabemos que Ele amava Jesus, e que também tinha poder para livrá-Lo. Porque não o fez?

Na Bíblia encontramos vários exemplos de silêncio. A história de José do Egito, a história de Moisés, a história de Abraão e Sara, e o próprio Jesus veja:



1. Deus se calou diante do sofrimento de Jesus.
O julgamento de Jesus – Jesus é conduzido pelos líderes religiosos de Israel para ser julgado pelo governador Pilatos, o representante máximo do poder romano de ocupação em Jerusalém. Uma farsa? Conforme Mateus, Jesus já está julgado pelos sumos sacerdotes, pois estes já haviam decidido por sua morte. E Pilatos? Será ele como Mateus o apresenta a nós? Outros documentos nos informam que foi um governador sanguinário e sem escrúpulos. A cena toda é como se fosse um jogo de cartas marcadas. E os personagens envolvidos, terão consciência exata do que estão fazendo e decidindo?

Pilatos parece não se convencer das acusações que fazem a Jesus. Sua mulher inclusive o adverte para que não se envolva com “este justo”. Entretanto a pressão dos líderes de Israel e do próprio povo instigado por estes líderes não o deixa em paz. Pilatos aparece como um homem que procura preservar o seu poder e prestígio. Não tem qualquer preocupação com o direito e a justiça. Que lhe importa este Jesus que acusam de ser rei dos judeus?

A Bíblia chega a mencionar esta oração de Jesus por duas vezes sem, contudo obter nenhuma resposta. Quantas vezes você sentiu em sua vida que Deus esteve calado. Sim, meu amado/amada, há momentos em que Deus se cala. Jesus nunca tinha ficado sem resposta em nenhuma de suas orações ao Pai. Mas diante desta petição de seu filho Deus permaneceu imóvel. Nenhuma palavra ecoou do Céu em favor do filho amado.

Seus nervos se contraindo, Seus olhos cobertos pelo sangue que descia pelas pontas dos espinhos na fronte, o tétano correndo-Lhe as veias, a falta de ar devida ao peso do corpo pendurado no madeiro?

Um momento de devaneio, e Ele chama… por Quem mesmo? Por João? Não.

Pelos anjos? Não. Pela mãe? Não. Ele chama pelo Pai. AquEle que junto com Ele transformavam-se em UM. Aonde está o Pai? Porventura subiu nas asas de um querubim e voou nas asas do vento, como fez em favor de Davi? Não. Veio pela brisa da caverna? Não.

O que aconteceu mesmo? Ah, Ele virou as costas, não foi? Sim, quem sabe virou as costas e tapou os ouvidos. Porque não amava Jesus? Não amava Seu Filho? Não tinha poder de libertá-Lo?

Sabemos que Ele amava Jesus, e que também tinha poder para livrá-Lo. Porque não o fez?

Deus não ousou olhar para Jesus naquela hora, pois, se olhasse, Ele destruiria a Terra, destruiria os homens, arrancaria Seu filho da cruz.

E o resultado? Não seríamos salvos, estaríamos eternamente condenados. Deus calou-Se para que o sangue de Cristo falasse mais alto. E agora este sangue ecoa por toda a eternidade…

Deus não ousou olhar para Jesus naquela hora, pois, se olhasse, Ele destruiria a Terra, destruiria os homens, arrancaria Seu filho da cruz. E o resultado? Não seríamos salvos, estaríamos eternamente condenados. Deus calou-Se para que o sangue de Cristo falasse mais alto. E agora este sangue ecoa por toda a eternidade… Deus Se cala, e não responde, para não tirar a nossa bênção. Faz parte do projeto do Senhor, faz parte do sonho. Ele fica em silêncio para que nós falemos, oremos, clamemos. Enquanto isso, Ele está olhando, cuidando, guardando, mesmo um jota e um til. E, no momento certo, Ele vai gritar, vai bradar, o Seu alarido vai soar. No momento DELE. Está na agenda divina: dia tal EU vou falar com Meu filho (a), antes disso, se EU lhe falar, ele vai perder a bênção.

2. Deus se calou após prometer um filho a Abraão mediante a esterilidade de Sara.
Sara esposa de Abraão, fez isso. Em Genesis 17.19 diz: “E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque; e com ele estabelecerei o meu concerto, por concerto perpétuo para a sua semente depois dele”. Sendo esta palavra confirmada em Romanos 9.9 “Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho”.

A Palavra de Deus foi dada a Abraão e Sara como uma maravilhosa promessa. Sara era estéril, e Deus havia prometido uma descendência tão numerosa quanto às estrelas do céu, e as areias do mar. E assim passaram-se dias, meses e anos e era a mesma frustração. Por fim, Sara decidi resolver a situação a sua maneira, e do ponto de vista limitado dela, um filho só seria possível através de outra mulher (uma prática comum naquela época). Ao lermos os acontecimentos que se seguiram acredito que Sara deve ter se arrependido por sua falta de fé e atitudes precipitadas (mais tarde o irmão de Isaque, Ismael – filho da escrava Agar, se tornaria o pai do povo árabe, hoje constituída quase que totalmente de muçulmanos (Gen.16).

Quando Deus fala com você através da Bíblia, de uma promessa, na oração, circunstancias, igreja ou de qualquer outra forma, é porque Deus tem um propósito em mente para a sua vida, mesmo que pareça estar calado, Deus cumpre o que fala e o momento em que Ele cumpre é o tempo certo dele. Demorou 25 anos para que Isaque, o filho da promessa, nascesse (Gen.12.4 ;21:5); Sara teve dificuldades em crer na promessa de Deus que era direta e especificamente para ela e seu esposo. Atitudes esta que muitas vezes é parecida com as que praticamos, tentamos fazer com que as promessas de Deus se cumpram através de esforços próprios que não estão alinhados na Palavra de Deus.

3. Deus silenciou diante do espinho na carne do apóstolo Paulo.
O apóstolo Paulo insistiu (três vezes!) para que Deus lhe tirasse o espinho da carne e Deus respondeu “NÃO, A minha graça te basta, pois o Meu poder se aperfeiçoa em sua fraqueza”

Aqui é um ponto decisivo: vamos viver com a graça de Deus ou vamos depender de nossos pedidos atendidos? Por outro lado, se apenas a graça de Deus é suficiente, para quê vamos continuar orando? Porque a oração deve ser contínua!

4. “E o senhor de José o tomou e o lançou no cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; ali ficou ele na prisão” Gn 39.20.
Dentre os personagens bíblicos que aprenderam a arte de esperar, sem dúvida está José. Na sua trajetória da cisterna em Israel ao trono no Egito o encontramos exercitando sua esperança em Deus. Ele deve ter padecido duramente nos anos que esperava o agir de Deus. Talvez a experiência mais difícil para José tenha sido entender a omissão do copeiro quando este foi reintegrado ao posto e não se lembrou dele (Gn 40.23). Muito tempo havia passado, estava na hora de Deus agir a seu favor e tudo parecia estar caminhando bem: o sonho dos amigos da prisão, a interpretação e seu rigoroso cumprimento assinalavam que seu tempo de angústia chegava ao fim. Era só o copeiro se lembrar do seu pedido e ele estaria livre.

Por que não aconteceu? Porque Deus ainda trabalhava nele e nos circunstantes para cumprir seus propósitos. Não havia ainda terminado o tempo de espera para José

Mesmo que Deus não responda, Ele está nos ouvindo! Ele está nos conduzindo para mais perto dEle. Se orarmos, se confiamos se cremos nas promessas de Deus, mas o silêncio dEle permanece, não há mais nada que possamos fazer a não ser obedecer. O primeiro passo da oração é já ter a consciência de que Ele sabe o que faz.

Dentre todas as manifestações humanas, o silêncio continua sendo a que, de maneira muito pura, melhor exprime a estrutura densa e compacta, sem ruído nem palavras, de nosso inconsciente próprio” Ou seja o silencio de alguém pode levar a outras pessoas a uma reflexão.

Mateus 27.12 nos diz que enquanto Jesus era acusado de coisas que não havia feito JESUS NADA RESPONDEU. O silencio de Deus era a forma Dele fazer seu povo refletir sobre sua ingratidão apesar de tudo o que Deus havia feito até então.

1) Segundo a psicologia também, o silencio é a melhor forma de repreender a uma criança mimada.Quando uma criança começa a fazer birras e exigir certos mimos, a melhor maneira de se tratar é ignorá-la.

Deus estava tratando através de seu silencio das birras e mimos de seu povo.

2) O silencio é um sinal de respeito já que geralmente nos calamos em velórios, audiências públicas, cultos religiosos, concertos musicais, vestibulares, ou durante a execução do Hino Nacional, o silêncio é sinal de respeito e sintonia espiritual. Deus respeitava a decisão de seu povo em decidir manter-se longe Dele, porem como Ele não poderia ficar sem fazer nada a respeito.

3) O silencio também pode ser a forma de alguém se preparar para alguma ação extraordinária. Quando nos calamos temos mais tempo para ouvir e analisar o que podemos absorver o que for útil para nós.

4) O silencio revela uma profunda sabedoria : Eclesiastes 9:17. Provérbios 11:12.

5) Mas a maior função do silencio de Deus com o povo judeu, foi sem duvidas gerar nesse povo uma fome intensa por Ele.

Desde Abraão até Malaquias, Deus sempre se manifestou de maneiras visíveis, quer seja com sinais, ou até mesmo falando aos seus profetas. Deus sempre esteve por perto. E ainda assim o povo sempre contrariava ou duvidava da vontade de Deus. O silencio de Deus termina quando envia seu único filho com o propósito de nos aproximar novamente a Ele. Deus se cala por 400 anos gerando em seu povo uma vontade ardente de se aproximar dele. O fato de Deus estar calado não significa que Ele não esta se movendo. É no silencio de Deus que ele prepara seus maiores e melhores feitos.

NÃO CONSEGUIMOS OUVIR A VOZ DE DEUS – Quando Deus se cala é porque não estamos ouvindo a sua voz! – Você tem ouvido a Deus? (Hb.4:7). Diga: Dureza de coração! Pessoas são difíceis de relacionar-se porque não ouvem a Deus! Aprendi que existem pessoas que não querem mudança para sua vida! Você tem certeza se é filho de Deus se você está sujeito às mudanças que Deus quer fazer na sua vida! Quando cheguei aqui perguntei: Você estar preparado para o que Deus quer fazer na sua vida? Uma coisa que nos impede de ouvir a voz de Deus é a desobediência! Nesses dias vocês terão grandes vitórias aqui, mas, o inferno vai se levantar! – internet entra vírus e pode danificar o computador! Não podemos permitir que venhamos ser desprovido de humildade! A igreja vai crescer, porque, é do SENHOR JESUS! Nenhum demônio vai entrar aqui se você não permitir! Quando Deus não responde é porque Ele está preparando “grande vitória para nossa vida!” Deus não te desampara, Deus não te deixa só…, ELE É MAIOR DO QUE TODOS OS TEUS PROBLEMAS! Aleluia! É sempre bom lembrar que o que Deus promete, Ele cumpre, mesmo que para você o tempo esperado seja grande demais, aprenda a enxergar que o tempo certo é de Deus e enquanto espera, o seu caráter está sendo moldado, sua fé sendo aperfeiçoada, só assim você poderá experimentar vitórias notáveis, uma firme fé em Deus não garante uma vida feliz e despreocupada, mas a certeza é que Deus manterá as suas promessas a seu favor, e se você crer verá a Gloria de Deus. Você percebe como as ações de Sara revelaram o que ela realmente cria a respeito de Deus? Ela não teve fé suficiente para acreditar que Deus era capaz de fazer o impossível, esse ato de incredulidade custou muito caro, Ismael trouxe muito sofrimento a Sara e Abraão. O que fazemos em resposta as promessas de Deus revela o que cremos a respeito Dele

Vejamos os três principais motivos porque Deus fica em silêncio.

-Quando o homem está na prova, Deus fica em silêncio para provar sua paciência. (Sobre Jó)
-Quando o homem está em desobediência. (Sobre Jonas)
-Quando o homem está em pecado. (Sobre Acã) Js 7.19-21

Deus está interessado a falar com você, você pode não estar interessado a ouvi-lo, mas se abrires os ouvidos e o coração para receber os seus ensinamentos serão bem-aventurados. Há quanto tempo você não fala com Deus? Nesse sentido não é simplesmente falar, é mais que isso, ter intimidade é imprescindível, pois assim como Deus falava os seus servos no passado, Ele quer falar conosco de forma particular.

Quando não ouvimos a sua voz (Sl 84.11,12) Nem sempre Deus nos atende no momento que entendemos ser o tempo ideal; às vezes Ele está nos observando e provando a nossa fé a exemplo dos discípulos no barco com a presença do próprio Jesus; mas se Ele se encontra presente não temas! Porque a palavra de ordem será impetrada e tudo voltará ao seu estado normal. Que Deus nos abençoe e nos guarde em nome de Jesus, Amém!

sábado, 30 de abril de 2011

O estado atual dos mortos

O estado atual dos mortos

         Os adventistas do sétimo dia, russelitas e alguns outros ensinam o que é conhecido comumente por “sono da alma”. Mas a substância real deste falso ensino é que dos mortos não é inexistente entre a morte e a ressurreição. Isto é logicamente verdadeiro desta teoria e é assim admitido pelos adventistas, pelo menos. É logicamente verdadeiro, porque um espírito dormente (se tal fosse possível) seria um espírito inexistente. A idéia de o espírito estar vivo e estar incônscio quando livre do corpo é o limite do absurdo. É que este ensino vale pela inexistência do espírito mostrado está nas seguintes palavras de “Signs of the Times”, uma revista dos adventistas do sétimo dia (edição de 15 de dezembro de 1931): “Seguramente nenhuma expressão mais vigorosa podia ser possivelmente usada para mostrar a completa cessação da existência do que esta, – Na morte “eu não serei” (Comentário de Jó 7.21, por Carlyle B. Haines, um dos seus escritores notáveis)”.
I. OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES
         Contra esta teoria afirmamos e nos comprometemos provar pelas Escrituras que o espírito do homem não cessa de existir na morte. Pelo termo “espírito” queremos dizer a natureza imaterial do homem no seu parentesco mais elevado. Empregamos o termo “espírito” de preferência ao termo “alma” porque cremos que espírito melhor expressa a parte imaterial do homem em distinção da vida corporal.

“A parte imaterial do homem encarada como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e animar um organismo físico é chamada psuche (alma); como um agente racional e moral, suscetível de influência e moradia divinas, esta mesma parte imaterial chama-se pneuma (espírito)” (A. H. Strong).

        O espírito é a natureza imaterial do homem olhando na direção de Deus.

“O espírito é a parte mais elevada, mais profunda e nobre do homem. Por ele está o homem ajustado para compreender coisas eternas e é, em suma, a casa que residem à fé e a Palavra de Deus. A … alma é este espírito, segundo a natureza, mas com tudo outra espécie de atividade, nomeadamente, nisto, que ela anima o corpo e opera por meio dele” (Lutero). “A alma é o espírito modificado pela união com o corpo” (Hovey).

         Algumas vezes as palavras para espírito, tanto no hebreu como no grego, denotam vento ou fôlego, mas que nem sempre são assim está evidenciado em Mat. 26.41; Lucas 23.46; Atos 7.59; 1 Cor. 2.11; 5.5; 7.34; 14.14 e 1 Tess. 5.23. Estudem os interessados estas passagens e substituam espírito por fôlego e vejam que sorte de sentido se forma. Então sabemos que espírito pode significar mais que fôlego, porque “Deus é espírito” (João 4.24).
1. A MORTE FÍSICA NÃO ACARRETA A INEXISTÊNCIA DO ESPÍRITO DO HOMEM, PORQUE O ESPÍRITO NÃO ESTÁ SUJEITO À MORTE FÍSICA.
         Temos a prova disto em Mat. 10.28. Se o homem não pode matar o espírito, então a morte física não tem poder para dar cabo da existência do espírito. O homem pode matar qualquer coisa que esteja sujeita à morte física. Na morte física o corpo cessa de funcionar e começa a desintegrar-se, o homem cessa de ser uma “alma vivente” no sentido distinto do vocábulo “alma”. Ma o espírito não pode ser mata do e dele nunca se fala como cessar na morte. Em vez achamos Jesus, ao morrer, entregando o Seu espírito nas mãos de Deus e Estevão entregando o seu espírito nas mãos de Jesus (Lucas 23.46; Atos 7.59). A morte física é meramente a separação do espírito do corpo.
2. A REPRESENTAÇÃO DA MORTE COMO UM SONO NÃO ENSINA QUE O ESPÍRITO DORME E QUE É, PORTANTO, INEXISTENTE.
         O sono é puramente um fenômeno físico. A morte é sono só por analogia, não atualmente. E a analogia está na aparência do corpo, não no estado quer do corpo quer do espírito. No sono o espírito ainda está unido com o corpo e, portanto, condicionado por ele. Mas, na morte, como todos são forçados a admitir, espírito e corpo estão separados e o espírito separado do corpo não está mais condicionado pelo corpo.
         Estevão dormiu (Atos 7.59), mas o seu espírito não cessou de existir, porque Estevão o encomendou nas mãos de Jesus e um espírito inexistente não podia ser encomendado nas mãos de ninguém. Paulo descreveu a morte como um sono (1 Cor. 15.6; 1 Tess. 4.14), mas não ensinou a inexistência dos mortos. Paulo considerou a morte, não como uma cessação da existência, mas como uma partida para estar com Cristo (Fil. 1.23). Estando ausente do corpo, Paulo quis dizer, não inexistente, mas presente com o Senhor (2 Cor. 5.6). Aquilo que é inexistente não pode estar presente em logar algum ou com pessoa alguma.
3. A REFERÊNCIA AOS ÍMPIOS MORTOS COMO “ESPÍRITO EM PRISÃO” MOSTRA QUE OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES (1 PED. 3.20).
         Um espírito inexistente é uma não entidade e uma não entidade não pode estar em qualquer logar, porque ser é existir.
4. MOISÉS NÃO CESSOU DE EXISTIR QUANDO ELE MORREU, PORQUE SÉCULOS DEPOIS ELE APARECEU COM Cristo NO MONTE DA TRABSFIGURAÇÃO (MAT. 17.3)
         Dirão alguns que Moisés foi ressuscitado imediatamente depois do enterro? Se sim, por eles está esperando uma refutação em 1 Cor. 15.20. Sendo Cristo as primícias dos mortos proíbe a teoria de Moisés ter sido ressuscitado logo depois do seu enterro.
5. OS HABITANTES DE SODOMA E GOMORRA NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (JUDAS 7).
         Judas os descreve nos tempos do Novo Testamento como “sofrendo a vingança do fogo eterno”. A palavra sofrendo nesta passagem é um particípio presente, que expressa ação durativa progressiva. E que isto não é um presente histórico está mostrado pelo tempo presente do verbo “são postos.”
6. O RICO E O LÁZARO NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (LUCAS 16.19-31).
         Isto não é uma parábola, mas pouco importa que fosse. O Filho de Deus não recorreu a desvirtuamentos mesmo em parábolas. Todas as Suas parábolas são verdadeiras a fatos.
7. CRISTO E O LADRÃO NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM.
         Cristo não estava dependendo do corpo para a vida, porque Ele viveu antes que tivesse um corpo (João 1.1, 2, 14). E, na cruz, Cristo asseverou que Ele e o ladrão estariam naquele dia juntos no paraíso. Espírito inexistente não podiam estar em logar algum, muito menos juntos.
8. OS ESPÍRITOS QUE JOÃO VIU DEBAIXO DO ALTAR NÃO TINHAM CESSADO DE EXISTIR (APOC. 6.9).

9. A RESSURREIÇÃO PROVA QUE OS MORTOS AGORA ESTÃO EXISTENTES.
         Se fosse inexistente, então seria necessário haver uma recriação em vez de uma ressurreição. E isto destruiria totalmente a base de recompensas, porque os que surgissem da sepultura seriam indivíduos diferentes daqueles que trabalham obras aqui neste mundo.
10. O FATO DE OS MORTOS BEM AVENTURADOS NÃO TEREM ATINGIDO O SEU MAIS ALTO ESTADO DE BEATITUDE, E DEVEM AINDA PASSAR PELA RESSURREIÇÃO, NÃO PROVA QUE ELES SEJAM AGORA INEXISTENTES.
        “Aquela bem aventurada esperança” (Tito 2.13; 1 João 3.2,3) é a união do espírito com o corpo glorificado. Somente isto trará a satisfação completa da aspiração do crente (Sal. 17.15). Mas Deus escolheu adiar a realização desta esperança até um tempo por vir. E enquanto o estado desencarnado não é o ideal, todavia é melhor do que continuar na carne (Fil. 1.23); e os eu estão neste estado estão presentes com o Senhor (2 Cor. 5.8).
11. O FATO QUE OS ÍMPIOS FALECIDOS AINDA ESTÃO PARA SER JULGADOS E LANÇADOS NO LAGO DE FOGO NÃO PROVA QUE ELES AGORA SEJAM INEXISTENTES.
         Aprouve a Deus confirmar os espíritos dos ímpios falecidos em prisão (Isa. 24.22; 1 Ped. 3.19), finalmente trazê-los e destiná-los juntos ao lago de fogo (Apoc. 20.11-15); mas que os ímpios falecidos já estão em tormento cônscio de fogo mostramo-lo previamente (Lucas 16.19-31; Judas 7). A miséria final dos ímpios, como a felicidade dos justos, espera a ressurreição do corpo, em cujo tempo os ímpios serão lançados, tanto corpo como alma, no inferno (Mat. 10.28).
12. O FATO DE A VIDA ETERNA SER RECEBIDA PELA FÉ NÃO PROVA QUE OS QUE A NÃO POSSUEM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA.
         A vida eterna nas escrituras quer dizer mais do que existência eterna. Está em contraste com morte espiritual (João 5.24; Efe. 2.1; Col. 2.13; 1 João 3.14). A morte espiritual é escravidão íntima num estado de pecado e separação de Deus, no qual alguém está privado de vida espiritual divina, conquanto possua vida do espírito humano. A vida eterna é liberdade e comunhão com Deus.

“A morte espiritual faz alguém sujeito à segunda morte, a qual é uma continuação da morte espiritual numa outra existência sem tempo” (E. G. Robinson).

        E vida eterna é isenção da segunda morte.
13. A REPRESENTAÇÃO DA IMORTALIDADE COMO ALGO A SER ALCANÇADO, NÃO PROVA QUE OS QUE NÃO A ALCANÇARAM NÃO TÊM EXISTÊNCIA ETERNA
Rom. 2.7 e 1 Cor. 15.53 têm referência ao corpo. O corpo se descreve como sendo mortal, mas o espírito nunca. Revestir-se de imortalidade no sentido da Escritura supra é receber um corpo imortal e, portanto, passar aquele estado no qual não podemos mais ser afetado pela morte. Este se revestir de imortalidade é a junção de um corpo imortal com um espírito imortal.
14. A IMPUTAÇÃO DE ETERNIDADE SÓ A DEUS (I TIM. 6.16) NÃO QUER DIZER QUE OUTROS NÃO POSSUEM EXISTENCIA INFINITA.
         A passagem acima quer dizer que só Deus é totalmente imortal em todas as partes do Seu Ser e não afetado pela morte, que só Ele possui imortalidade inderivada e independente. Ao passo que o homem é imortal quanto a uma só parte de sua natureza, sua imortalidade, tanto do espírito como do corpo, deriva-se de Deus. O caso de Elias é uma resposta suficiente ao argumento de “dormentes da alma” sobre esta passagem. Elias cessou de existir em qualquer tempo? Se não, ele tinha existência imortal.
15. OS ENUNCIADOS DE JESUS EM JOÃO 3:13 E 13:33 NÃO ENSINAM QUE OS JUSTOS FALECIDOS SÃO INEXISTÊNTES.
         A escritura deve ser interpretada à luz da Escritura. Portanto, a primeira passagem supra não pode ser tomada com absoluta literalidade. Porque em 2 Reis 2.2,11 assevera-se duas vezes que Elias foi recebido no céu. O sentido da afirmação de Cristo aqui, então, não pode ser mais do que ter Jesus só ascendido ao céu e voltado para revelar os mistérios a Ele comunicados lá. A segunda passagem é explicada pelo verso 36. Cristo quis dizer, meramente, que, entrementes, aqueles a quem Ele estava falando não podiam seguir; não que eles nunca O seguiriam, porque nesse caso eles nunca podiam ir ao céu.
16. O ENUNCIADO DE PEDRO EM ATOS 2.34 NÃO QUER DIZER QUE DAVI ERA INEXISTÊNTE.
         Este enunciado sobre Davi está elucidado pelo de Cristo a Maria Madalena a respeito de Si mesmo (João 20.17). Cristo disse: “Ainda não subi a meu Pai”. Mas o espírito de Cristo ascendera ao Pai (Lucas 23.43,46; Apoc. 2.7; 22.1,2). O significado então do enunciado de Pedro a respeito de Davi e o Cristo sobre Si mesmo é que eles não tinham ascendido em corpo.
17. AS ESCRITURAS DO VELHO TESTAMENTO NÃO PROVAM A INEXISTÊNCIA DOS MORTOS.
         A Escritura deve ser explicada pela Escritura. As revelações incompletas e indistintas do Velho Testamento devem ser explicadas pelas revelações mais amplas e mais claras do Novo Testamento. E à luz destas últimas algumas afirmações no Velho Testamento concernentes ao estado dos mortos podem ser tomadas somente como a linguagem de aparência. Escritores do Velho Testamento, não tendo uma revelação clara concernente ao estado dos mortos, muitas vezes falaram dos mortos do ponto de vista desta vida. É neste sentido que devemos entender passagens tais como Jó 3.11,19; 7.21,22; Sal. 6.5; 88.11,12; 115.17; Ecl. 3.19,20; 9.10; Isa. 38.18.
II. OS JUSTOS FALECIDOS ESTÃO “CÔNSIOS” COM O SENHOR
         Já aludimos ao estado tanto dos justos como dos ímpios falecidos. Mas, por causa da clareza, restabelecemos o ensino da Escritura sobre este assunto.
         Os justos falecidos estão com o Senhor. Isto está provado pelas seguintes passagens:

“Enquanto estamos no corpo ausente do Senhor… porém temos confiança e desejamos muito deixar este corpo e habitar com o Senhor” (2 Cor. 5.6,8).

        Assim, para os justos, estar ausente do corpo, isto é, estar naquele estado ocasionado pela morte é estar na presença do Senhor.         “Estou apertado entre os dois, desejando partir e estar com Cristo” (Fil. 1.23). Paulo não podia decidir se ele preferia permanecer na carne, isto é, continuar a viver aqui na terra, ou morrer para estar com Cristo. Assim, para os justos, uma partida desta vida é uma entrada à presença de Cristo.
         O ladrão arrependido moribundo ouviu de Jesus: “Hoje estarás comigo no paraíso”. O paraíso é o terceiro céu dos judeus, o logar do trono de Deus (2 Cor. 12.2,4). Mais prova disto encontra-se no fato de a árvore da vida estar no paraíso (Apoc. 2.7), e perto do trono de Deus (Apoc. 22.1,2).
         Pode ser como crêem alguns, que, até a morte de Cristo, os justos não foram à presença de Deus senão a um logar intermediário de felicidade. Conquanto isso possa ser, as passagens supra mostram que os justos agora vão imediatamente à presença do Senhor através da morte.
III. OS FALECIDOS ÍMPIOS ESTÃO EM TORMENTO CÔNSCIO E ARDENTE
         Está isto mostrado na história do rico e Lázaro (Lucas 16.19,31). Respondem alguns que isto é somente uma parábola. Mas não há, sequer, um indício que o seja. E o fato se estar nomeado o nome de uma pessoa envolvida é incoerente com todas as outras parábolas. Mas suponde que é uma parábola, Cristo torceu fatos nas Suas parábolas? Que propósito podia Ele ter tido em assim fazer? Uma caricatura de fatos na passagem em foco não ensina um erro? Os que buscam fugir a isto com fundamento que é uma parábola mostram o desespero de sua teoria com uma semelhante miserável escapatória.
         Este fato também está patente, como já o frisamos, nas palavras de Judas no verso 7 de sua epístola a respeito dos habitantes de Sodoma e Gomorra. Ele os descreve como “sofrendo (tempo presente) a vingança do fogo eterno”.
         O lugar onde os ímpios estão confinados é chamado uma prisão (1 Ped. 3.19). São criminosos condenados esperando na prisão até ao tempo de serem colocados na eterna penitenciária de Deus, o lago de fogo (Apoc. 20.15). Isto é para ter logar no juízo do grande trono branco, tempo em que tanto o corpo como as almas dos ímpios serão lançados no fogo (Mat. 10.28).
IV. NENHUMA PROVAÇÃO DEPOIS DA MORTE
         A noção que há provação depois da morte toma duas formas. Contém-se a primeira em:
1. O ENSINO CATÓLICO SOBRE O PURGATÓRIO.

“A Igreja Católica ensina a existência do Purgatório, onde aqueles que morrem com leves pecados nas suas almas, ou que não satisfazem a punição temporal devida aos seus pecados estão detidos até que se purifiquem suficientemente para entrar no céu” (O que a Bíblia protestante ensina sobre a Igreja Católica, Patterson).

         As passagens dadas para substanciarem este ensino são: Mat. 5.26; 12.32; 1 Cor. 3.13,15; Apoc. 21.27; 1 Ped. 3.19.
         Antes de abreviadamente cometer estas passagens, oportuno é observar a justificação e salvação totalmente de graça por meio da fé em Cristo. Vimos que Deus não cobra pecados ao crente (Rom. 4.8; 8.33). O crente foi eternamente quitado de todo pecado. Mais ainda, Heb. 9.27 implica claramente que não é possível nenhuma mudança entre a morte e o juízo. Estas passagens, para não mencionar muitas outras, mostram que o Purgatório é uma invenção humana.
         Quanto às passagens empregadas para substanciarem a doutrina do Purgatório: Mat. 5.26 é para ser manifestamente considerada como se referindo à prisão romana. Mat. 12.32 faz simplesmente “uma declaração forte e expandida” que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será jamais perdoada. Achar aqui a insinuação em que alguns pecados possam ser perdoados no porvir é fundar uma doutrina de longo alcance sobre uma inferência incerta. Semelhante doutrina, se verdadeira, acharia certamente afirmação mais clara do que a que esta passagem proporciona. Em 1 Cor. 3.13,15 temos apenas uma forte alusão ao teste das obras humanas nos dias de Cristo. Não há aqui nenhuma purificação ou purgamento, como os católicos supõem ocorrer no Purgatório, mas somente um desejo de obras inaceitáveis. Apoc. 21.27 declara somente que os ímpios não podem entrar em a Nova Jerusalém. O espírito e o corpo glorificado do crente não tem pecado. O espírito se purifica de todo pecado na regeneração. A última passagem (1 Ped. 3.19) será estudada no próximo título.
         A segunda forma desta noção de provação depois da morte jaz principalmente em:
2. A CRENÇA QUE CRISTO PREGOU AOS ÍMPIOS FALECIDOS.
         Baseia-se a crença em 1 Ped. 3.19,20. Esta forma da noção de provação depois da morte é diferente do ensino católico do purgatório, em que ela inclui somente incrédulos, ao passo que o ensino católico inclui somente crentes, como tendo provação. Segundo esta forma da doutrina de provação depois da morte, os incrédulos terão a oportunidade de se arrependerem e serem salvos depois da morte. Isto está discutido em extenso em What Happens After Death!(O Que Acontece Depois da Morte!) por William Striker, publicado pela Sociedade de Tratados Americana.
         Deve ser admitido que as traduções comuns de 1 Ped. 3.19,20, emprestam encorajamento a esta crença; mas, mesmo nisso, estranho é que Jesus tivesse pregado somente aos que foram desobedientes durante os dias de Noé, ou que, se a todos foi pregado, apenas oito almas fossem mencionadas.
         E não pode insistir-se sobre o verbo “foi” como indicando que Jesus veio em contato pessoal com os espíritos em prisão.

“Grande peso se tem dado a esta palavra em sustento da idéia que Cristo foi em prisão a prisão dos perdidos; mas a palavra não implica necessariamente locomoção pessoal” (N. M. Williams, Comment. In loco).

        Acham-se em Gen. 11.5,7 e Efe. 2.17 casos de uma palavra igual em que não se indica locomoção pessoal.
         Mas, ainda mais, não é em absoluto necessário traduzir o verso 20 como nas traduções comuns. A idéia de desobediência nesta passagem expressa-se em grego por um particípio aoristo sem o artigo, apiethesasi; e, enquanto é verdade que o particípio sem o artigo pode ser traduzido atributivamente, isto é, como livremente equivalente a uma clausula relativa, contudo, isto é a exceção mais que a regra. A regra é que o particípio sem o artigo é empregado predicativamente, exigindo uma clausula temporal para a sua tradução. Segundo a regra, então, a primeira clausula do v. 20 devera ser traduzida “quando primeiramente foram desobedientes”, indicando que a pregação ocorreu (pelo espírito de Cristo operando por Noé) no tempo da desobediência e não dois mil anos depois.
         Pode ser perguntado por que a versão do Rei Tiago, a Revista e as versões da União Bíblia, todas traduzem esta construção com uma clausula relativa. Respondemos que isto, evidentemente, é por causa da influência da Vulgata e a parcialidade teológica da cristandade que tem favorecido a noção de provação depois da morte. Mas o Novo Testamento está em toda parte oposto à idéia de provação depois da morte, sem a qual esta suposta pregação aos ímpios falecidos foi inútil. Tal probação não é precisa para vindicar a justiça de Deus, porque mesmo os pagãos sem o evangelho estão “sem desculpa” (Rom. 1.20).
         1 Pedro 4:6 , que é outra passagem empregada para ensinar a provação depois da morte, significa que o Evangelho foi pregado aos mortos enquanto estiveram vivos.

Autor: Compilado Diversos